José de Alencar
Resumo da Obra
A obra é escrita na forma de carta a uma prima do autor, D..., relatando seu amor por uma jovem, Carlota, nome o qual só é revelado nos últimos capítulos do livro.
A história começa, no Rio de Janeiro, quando o narrador perde o ônibus, que partia para Andaraí, por um atraso de cinco minutos e é obrigado a pegar o próximo. Senta-se ao lado de uma mulher e começa a fantasiar sobre as caracteristicas físicas dela. Apaixona-se por ela, mas não vê seu rosto e teme que a mulher seja feia pois ela lhe permite beijar-lhe a mão mesmo sendo ele um estranho; ela parte pedindo que não a esqueça, mas ele a perde de vista. Depois de um mês tentando descobrir quem é a amada, e sem saber seu nome nem sequer conhecer-lhe o rosto, tendo apenas na lembrança seu perfume de sândalo, a encontra numa ópera (La Traviata, de Giuseppe Verdi), declara-se mas diante de seu silêncio acredita que ela apenas deseja iludi-lo “tudo isto não passa de uma zombaria cruel, de uma comédia, em que eu faço o papel de amante ridículo.” ao dizer isso ela foge deixando um lenço cheio de lágrimas.
No dia seguinte na tentativa de mudar a opinião dele sobre ela, lhe escreve uma carta confessando seu amor por ele e aconselhando-o a esquece-la. Inicialmente ele decide seguir seu conselho, mas não consegue.
Depois de outros desencontros, finalmente o narrador conhece a mulher e a descreve assim: “Eu sabia que era bela; mas a minha imaginação apenas tinha esboçado o que Deus criara. Seus grandes olhos negros fitavam em mim um desses olhares lânguidos e aveludados que afagam os seios d'alma. Um anel de cabelos negros brincava-lhe sobre o ombro, fazendo sobressair à alvura diáfana de seu colo gracioso. Tudo quanto a arte tem sonhado de belo e de voluptuoso desenhava-se naquelas formas soberbas, naqueles contornos harmoniosos que se destacavam entre as ondas de cambraia de seu roupão branco.” E então se declara.
No dia seguinte por carta, ela revela que já o observava nos bailes, amava-o há tempos mas não podiam ficar juntos porque ela tinha uma doença incurável. Nesta mesma carta diz ter partido naquele mesmo dia para Petrópolis e que no dia seguinte partiria para a Europa, pede que ele pense com tranquilidade por vinte e quatro horas se deseja viver aquele amor mesmo com ela doente.
A barca partia ao meio dia e era naquele momento onze horas. O narrador faz de tudo para ir atrás da sua amada, naquele mesmo instante passava um rapaz a cavalo o qual ele comprou sem questionar o preço, obrigou o cavalo a cavalgar tão rápido que este morreu ao chegar à praia, mas a barca ja havia saído, contratou um pescador para leva-lo de barco até o Rio de Janeiro afim de alcançar sua amada Carlota, enfrenta diversos contratempos, adormecem, perdem o remo e o pescador a nado buscam ajuda para conseguirem chegar ao destino. Durante essa travessia, cita seu arrependimento por não ter tido a calma que Carlota recomendara, pois se tivesse tido não teria enfrentado tantos problemas e teria chegado mais rápido.
Apesar dos esforços ele não consegue chegar em tempo e perde o paquete inglês para a Europa. O narrador partiria no próximo paquete. Em todos os portos e lugares por onde o narrador passava haveria um bilhete de Carlota, dizendo que o esperava.
Se encontram enfim. Passam dez dias na Europa; à beira da morte, Carlota pede um beijo e no exato instante em que se beijam, por milagre, a moça se reanima e sente um desejo imenso de viver. Desde esse dia pouco a pouco foi se restabelecendo e recuperando a saúde. Ao consultarem um médico alemão sobre aquele milagre que eles atribuiam ao amor, foi-lhe explicado que a melhora devia-se à viagem.
Passam um ano na Europa, onde casam-se em Florença e ao regressar montam casa num lugar retirado de Minas “Achamos na quebrada de uma montanha um lindo retiro, um verdadeiro berço de relva suspenso entre o céu e a terra por uma ponta de rochedo.” “Uma linda casa, toda alva e louçã, um pequeno rio saltitando entre as pedras, algumas braças de terra, sol, ar puro, árvores, sombras”.
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