segunda-feira, 24 de março de 2008

A Viuvinha

José de Alencar

Resumo da Obra

A narrativa feita através de carta à sua prima D. relata a história de Jorge e Carolina. Ele, herdeiro de uma grande fortuna deixada pelo pai, alto comerciante, passa a gastá-la sem nenhuma preocupação. Neste meio tempo, conhece Carolina “uma menina de quinze anos, quando muito: o perfil suave e delicado, os longos cílios que vendavam seus olhos negros e brilhantes, as tranças que realçavam a sua fronte pura, o impressionaram”. “Longos cabelos castanhos de reflexos dourados”. Então abandona a vida boêmia. Tem um namoro respeitoso, vigiado pela mãe, D. Maria como ditava a sociedade da época.
O casamento foi marcado, como mandam os bons costumes. Mas, às vésperas, Jorge recebe a visita do Sr. Almeida, amigo de seu pai, e seu antigo tutor que o informa que sua real situação financeira é a de mais extrema pobreza. Desta forma não poderia dar uma vida confortável à Carolina e o casal não seria bem aceito socialmente. Mas o cancelamento do casamento poderia macular a honra de Carolina e a sua própria honra. Além de ser Carolina o amor da vida de Jorge. Jorge encontra uma suposta solução para o problema, que inicialmente não é revelado ao leitor. Ele deixa com que os procedimentos do casamento continuem. Casa-se e na noite de núpcias, após adormecer a esposa com ópio, foge pela janela para suicidar-se nas obras da Santa casa, local onde muitos desesperados tiravam a própria vida. “O moço afastou-se da praia e desapareceu, por detrás de alguns montes de areia que se elevavam aqui e ali pelo campo.”
“Meia hora depois ouviram-se dois tiros de pistola; os trabalhadores que vinham chegando para o serviço, correram ao lugar donde partira o estrondo e viram sobre a areia o corpo de um homem, cujo rosto tinha sido completamente desfigurado pela explosão da arma de fogo”.
Um dos guardas acha uma carteira no bolso da sobrecasaca contendo algumas notas pequenas, e uma carta. "Peço a quem achar o meu corpo o faça enterrar imediatamente, a fim de poupar à minha mulher e aos meus amigos esse horrível espetáculo. Para isso achará na minha carteira o dinheiro que possuo.” Jorge da Silva.
Assim, Carolina sepulta seu amado. Ela se encerra em vestes negras em luto. Nunca mais se casaria.
Passados cinco anos, Carolina permanece vestida de negro e se tornaria uma coquete. Ouviria galanteios de outros homens, mas se mantinha fiel a seu amado. Ficaria conhecida como a viuvinha.
Após os cinco anos, chega ao Rio de Janeiro Carlos Freeland. “Era um moço que teria quando muito trinta anos, de alta estatura e de um porte elegante, à primeira vista parecia estrangeiro. Tinha uma dessas feições graves e severas que impõem respeito e inspiram ao mesmo tempo a afeição e a simpatia. Sua barba, de um louro cinzento, cobria-lhe todo o rosto e disfarçava os seus traços distintos”.
Um homem misterioso que paga determinadas dívidas de honra.
A verdadeira identidade deste homem é revelada quanto este recebe a visita do Sr. Almeida. Assim, nos é revelado que Carlos é, na verdade, Jorge.
“A verdade é que no dia em que foi matar-se Jorge foi surpreendido por um espetáculo ainda mais horrível do que o seu pensamento. Um infeliz, levado pela mesma vertigem, o tinha precedido; seu corpo jazia sobre a areia. A cabeça era uma coisa informe; o tiro fora carregado com água para tornar a explosão surda e mais violenta; as feições haviam desaparecido e não deixavam reconhecer o desgraçado”. Hesitou um pouco mas decidiu suicidar-se, sendo impedido pelo senhor Almeida. Aconselhado, coloca sua carta no bolso do cadáver e parte para os Estados Unidos.
Paralelamente a sua chegada, inicia um flerte com Carolina, sem que ela o reconheça. Um conflito se inicia no coração de Carolina, pois ela deve fidelidade a seu marido morto. Porém todas as manhãs ela recebe uma carta contendo apenas uma flor dentro. Depois de algum tempo deixou de abrir as cartas. E com a saudade do amado começou a achar que era uma flor enviada de além-túmulo.
Uma noite resolveu conhecer quem era o seu desconhecido. Ficou acordada escondida na escuridão do quarto esperando para ver quem deixava as cartas, mas tudo que viu foi um vulto. Passou-se mais de um ano até que a carta envolta numa flor dizia: "Amanhã à meia-noite no jardim. É a primeira ou a última prece de um imenso amor." Ela está decidida a encontrá-lo, mas para romper com aquela situação. Ao perceber que aquele homem era Jorge, entrega-se a seu amor. Revela-se, então, para a sociedade que Jorge está vivo. Para evitar a curiosidade das pessoas, o casal vai morar em uma fazenda. Revela-se, então, que o narrador era seu vizinho.
O senhor Almeida partiu para a Europa, tendo feito o seu testamento, em que instituiu herdeiros os filhos de Jorge.

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